quarta-feira, 3 de junho de 2015

A Beagá que eu amo, uai



Do alto das Mangabeiras, o belo horizonte

Eu vivi tantos anos em Belo Horizonte que acabei me tornando uma belo-horizontina exemplar. Meu pai era militar, de forma que, durante minha infância e adolescência, estávamos sempre sendo “transferidos” de um lugar para outro até que, em 1967, definitivamente nos fixamos em Beagá, nas Minas Gerais.

Nos últimos três ou quatro anos, estou vivendo no litoral da Bahia. No entanto, em função de motivos diversos, em geral de dois em dois meses, volto para a capital mineira e me sinto como uma turista revendo lugares com o olhar de quem está, literalmente, de fora. Vejo a cidade com o coração e com o sentimento de quem está a passeio.

Belo Horizonte é uma grande cidade, mais de dois milhões de habitantes, com todos os problemas de uma metrópole, ainda que bem menos que os de muitas outras capitais brasileiras. Mas, como eu escrevo para mulheres que viajam sozinhas, por puro lazer, tenho por obrigação informar que se trata de uma cidade fashion. Talvez seja por isso que Beagá se tornou um polo de moda, abrigando estilistas e confecções bem importantes. Independente da classe social, você vai notar certo apuro na forma das pessoas se vestirem. Dificilmente a gente se depara com alguém digno de ser enviado para o “Esquadrão da Moda”.

CHARME

Andar pelas charmosas ruas da Savassi, ou do bairro de Lourdes, com suas lojas atraentes, parar para um drink ou café, perambular pelos shoppings nas imediações, é bom demais. O problema é aquela tentação terrível de gastar mais do que se pode (tenho que confessar, ela sempre me ataca). Para compensar, no entanto, aos domingos existe a Feira Hippie onde você acha quase de tudo, a preços dignos de qualquer bolsa (ou bolso). Aproveite a ocasião e visite o Palácio das Artes, e depois passeie pelo Parque Municipal. Se der sorte, poderá desfrutar de uma clássica programação musical ou teatral com entrada livre.

Um bom programa para todos os dias, mas, especialmente aos sábados, é visitar e viver o Mercado Central. Um amigo jornalista escreveu uma tese sobre o lugar, outro, acho, escreveu um livro, mas eu, lamentavelmente, não conseguiria. Os motivos pelos quais ouvi de inúmeros amigos a justificativa para frequentá-lo são incontáveis. De qualquer forma, posso citar como consensual, a possibilidade de comprar queijos (mineiros) maravilhosos; tomar um café com pão de queijo ou broinha de fubá, fantásticos, tudo quentinho; comprar cachaça da boa; frutas e legumes de tudo quanto é lugar; entrar em contato com o rico artesanato mineiro. Tomar uma geladíssima cerveja, contudo, é um motivo imbatível. E não se acanhe se estiver sozinha: dê um jeito de encontrar uma mesinha vaga e divirta-se. Tem cada tira-gosto!

Para quem está só e sem carro, visitar a Pampulha e conhecer algumas das mais importantes obras de Niemeyer, como o Museu de Arte (antigo Cassino), a Casa do Baile e a Igrejinha de São Francisco, decorada com os lindos azulejos de Portinari, fica mais difícil (mas não impossível). Em compensação, é fácil chegar-se à Praça Rui Barbosa, no Centro da cidade, mais conhecida como Praça da Estação e, lá, visitar o incrível Museu de Artes e Ofícios. Finalmente, reserve um bom tempo para conhecer o Circuito Cultural Praça da Liberdade, com suas várias opções, com destaque para o Centro Cultural Banco do Brasil (aproveite para almoçar por lá).

Para se orientar melhor, peça na recepção do seu hotel um exemplar do tradicional Guia da Belotur, onde existem informações importantes para o turista e, inclusive, um mapa da cidade encartado. Assim, você poderá conhecer melhor essa Beagá que eu amo.