domingo, 21 de agosto de 2011

X- Com a segurança, todo o cuidado é pouco

Certa vez, ao atravessar uma movimentda avenida, quando estava bem no meio da pista, percebi um homem caminhando em minha direção. Eu senti um arrepio pelo corpo inteiro e, instintivamente, apertei minha bolsa contra o peito e parei. O sinal já estava piscando, avisando que iria fechar para o trânsito de pedestres, mas eu não me movi. Não poderia virar as costas para o estranho e correr, pois, seguramente, ele seria mais rápido. O semáforo abriu para os veículos, mas, surpreendentemente, nenhum motorista avançou enquanto eu me mantinha imóvel e o homem saia correndo, desaparecendo entre os carros.
Eu conto essa história somente para dizer às mulheres que estão viajando sozinhas para confiarem no sexto sentido. Nas fêmeas, ele é mais aguçado, exatamente porque são fisicamente mais frágeis e, em geral, cabe a elas a defesa das crias. Quando você, interiormente, sentir aquela luzinha vermelha de “perigo” piscando, fique atenta e siga seu instinto, mesmo que a situação seja muito tentadora.
Em nenhuma hipótese, se arrisque a andar sozinha por lugares ermos e solitários, como grandes parques, ruas e praias desertas, durante o dia ou à noite. Ande com dinheiro trocado para o ônibus ou metrô guardado em lugar fácil de ser retirado, para que não tenha que manusear sua carteira em público. Ande pelo meio da calçada, com a bolsa pendurada para o lado interno, nunca para o lado da rua. Na Itália, por exemplo, é comum os batedores atuarem em dupla. Eles passam nas vespas em alta velocidade e o da garupa puxa com força a bolsa da pobre transeunte: ninguém consegue pegá-los. Ande com as mochilas na frente do corpo.
O óbvio: não aceite ajuda de estranhos para utilizar as máquinas para compra de bilhetes para o metrô ou qualquer outro tipo de locomoção. Não forneça a qualquer um o nome do hotel onde está hospedada e, muito menos, o número do apartamento. Não alardeie que está viajando sozinha (se for o caso, diga que está indo encontrar amigos). Em locais de grande aglomeração, não consuma bebidas vendidas em doses, pois nunca se sabe com o quê elas podem ter sido adulteradas.
Procure sempre um guarda para lhe prestar informações, ou recorra aos idosos (já disse em outro texto), pois eles sempre são muito prestativos. Saia com outro documento de identidade que contenha sua foto, e guarde o passaporte onde você estiver hospedada. De preferência aos travel cards, pois, em caso de roubo, o problema será menor que com seus cartões de crédito convencionais. Carregar quantia maior de dinheiro, somente na porchete apropriada, por baixo da roupa. Em bares, se sozinha, nunca fique sentada de costas para portas e/ou janelas. Se estiver em um café, na calçada, procure uma mesa rente à parede. Em hipótese alguma aceite transportar qualquer tipo de volume ou mercadoria, a pedido de terceiros, seja quem for, seja qual for a justificativa.
Problema sério, em Buenos Aires
Finalmente, os táxis. Em geral os serviços de táxi são seguros, em qualquer parte. Mas, em se tratando de Buenos Aires, aquelas recomendações habituais não bastam. Existem verdadeiros marginais trabalhando em frotas que não possuem qualquer tipo de controle público. Portanto, no aeroporto se informe junto ao serviço de atendimento ao turista, ou a qualquer segurança, onde ficam os guichês de companhias autorizadas, nos quais os preços são pré-fixados, de acordo com o destino, ou o pagamento é feito antecipadamente, por cartão. Se, por um acaso, o motorista parar o carro, alegando que o veículo estragou, não aceite a sugestão de pegar o táxi que vem logo atrás. Jamais aceite pagar a corrida em qualquer outra moeda, que não a do país.
 No mais, em relação aos táxis, as recomendações são as mesmas, para qualquer outro lugar: caso precise, peça na recepção do hotel que eles chamem um carro para você. Se gostar do atendimento, peça o número do telefone do motorista, para chamá-lo, em outras oportunidades. Se você não conhece bem a cidade, tenha sempre à mão um mapa, para a eventualidade de ter que ajudar o motorista a se orientar melhor. No mais, boa viagem